Se você verga um conceito grosso de ética - não matar, não roubar, não adulterar, essas coisas marcadas pelo sonoro não da Lei e que caracterizam, na prática, a alma evangélica ("eu não faço isso!), então, quando você lê que eu disse que o cristão não pode ser ético, você me toma por um débil mental...
Mas sejamos mais honestos. O conceito de ética que emprego não é esse trivial, é mais profundo. Eu posso vinculá-lo aos mais refinados conceitos de ética cidadã e moderna, mas também posso vinculá-lo, por exemplo, àquela regra de ouro, fazer ao outro...
Se você tomar esse conceito refinadíssimo, apurado, profundo, de ética, verá que não há saída possível para livrar-se da acusação que faço: porque os cristianismos, além de quererem para seu Deus o que não querem para os outros, querem fazer aos outros religiosos o que não querem que os outros religiosos façam com eles...
Mostre-me, digamos, um cristão politeísta (honestamente politeísta, sem embustes teológicos pinçados em livros embusteiros de teologia!) e que veja na evangelização a máxima prática anti-ética e eu lhe direi que eis ali alguém ético, mas não um cristão...
OSVALDO LUIZ RIBEIRO
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